| CRÍTICAS | Coração de Leão

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Estamos habituados a associar o nacionalismo e a proliferação dos movimentos neo-nazis aos países do centro da Europa, mais especificamente nos Balcãs (olá Sérvia, olá Croácia), deixando de fora os países nórdicos. Normalmente encaramos a Escandinávia e arredores como bastião de virtudes e cidadania. E, de repente, bum!, as eleições europeias chocaram de frente connosco, mostrando que estes problemas existem em toda a Europa e são um problema real. E, ao longe, filmes como este Coração De Leão vão acenando, tentando fazerem-se ouvir com um nós avisámos.

Coração De Leão é a história de Teppo (Peter Franzén), um nacionalista finlandês que, sem ter onde cair morto, descobre o amor na pessoa de Sari (Laura Birn). Tudo muito bem, se não fosse o facto dela ter um filho… preto(!). O que daqui advém é mais do que esperado: Teppo vai tornar-se numa pessoa tolerante, mais enfrentar os seus amigos nacionalistas e, no final, em momento catártico de redenção, o amor vai vencer o medo e o ódio.

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É certo que Coração De Leão é um bocadinho mais do que o moralismo de pacotilha que esta sinopse antecipa, principalmente porque sabe rir de si mesmo nas partes em que o protagonista e o novo afilhado se confrontam. Depois chove um bocado no molhado, mas nada que ofenda. Coração De Leão é a versão lamechas (e finlandesa) de América Proibida.

Com um bom leque de actores, destaca-se em Jasper Pääkkönen a personagem do irmão de Teppo, até porque é ele o mais interessante de todo o filme e que faz despoletar realmente o drama. Com uns psycho eyes, Pääkkönen podia muito bem fazer de Edward Norton no filme de Tony Kaye. Tudo o resto alinha pelo diapasão do McChicken.mcchickenTítulo: Leijonasydän
Realizador: Dome Karukoski
Ano: 2013

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