| LISTAS | Os 5 melhores filmes de 2016 que não passaram nos nossos cinemas

Nestes últimos dias temos publicado as listas dos melhores filmes de 2016 de gente como a Sara ou o Tio Xunga, que são claramente pessoas de mais bom gosto que eu. Em ambas aparecem filmes que não passaram pelos cinemas portugueses, apesar de serem deste ano. E agora? Agora nada. Mas eu decidi fazer o top 5 dos melhores filmes de 2016 que não tiveram distribuição comercial nas nossas salas de cinema.

Menção Honrosa
Tecla Tónica, de Eduardo Morais


Eduardo Morais irá receber, um dia destes, as insígnias da Ordem do Infante pelo seu contributo para a cultura portuguesa. É que o documentarista tem andado a fazer um trabalho de garimpagem brutal, ao registar em cinema a história da música portuguesa, das suas personagens e dos seus intervenientes menos sonantes, mas nem por isso menos importantes. Tecla Tónica é mais um desses trabalhos, desta vez sobre a história da música electrónica em Portugal.

5º Lugar
Calabria, de Pierre-François Sauter


Um português e um sérvio na Suíça vão levar de carro um italiano morto para casa. Parece o início de uma anedota, mas é a sinopse do filme suíço que venceu o Doclisboa deste ano. É um documentário road movie, que começa por ser sobre o ritual da morte e que termina por ser um diálogo multicultural sobre a amizade e as relações humanas.
Crítica aqui.

4º Lugar
Eldorado, de Rui Eduardo Abreu, Thierry Besseling e Loïc Tanson


Ganhou três prémios no Caminhos deste ano, foi um dos documentários mais vistos de sempre no Luxembrugo, mas em Portugal nem teve direito a distribuição comercial. Este filme sobre a emigração portuguesa no Luxemburgo segue a escola austríaca de Ulrich Seidl, num formalismo que se mune muitas vezes dos códigos do cinema de género para fazer documentário. Faz mais por esta realidade do que qualquer episódio do Portugueses pelo Mundo.

3º Lugar
Tickled, de David Farrier e Dylan Reeve


O jornalista de cultura pop bizarra, David Farrier, descobriu na net uns vídeos de uns concursos de cócegas(!) nos Estados Unidos e, curioso com aquilo, decidiu entrevistar o responsável por aquele inusitado desporto. Em resposta ao email que enviou, recebeu umas ameaças violentas para que parasse de fazer perguntas. Como bom jornalista que é, Farrier não só foi investigar, como decidiu faze-lo sob a forma de documentário, num filme que é alto mindfuck. Até há para aí na net um site a fazer contra-informação, negando tudo o que o documentário diz e acusando-o de fraude. Só espero que eles não venham para aqui fazer-me a vida negra também.

2º Lugar
Train to Busan, de Sang-ho Yeon


Foi o grande ai-Jesus dos filmes de zombies deste ano. Train to Busan é uma espécie de Speed – Perigo a Alta Velocidade, mas num comboio e cheio de zombies. Mas não são zombies quaisquer, são daqueles que correm e passam por cima de toda a folha, com um apetite voraz, como os de WWZ: Guerra Mundial.
Crítica aqui.

1º Lugar
The Witch, de Robert Eggers


É incrível como é que estreia tanta merda nas nossas salas de cinema e ninguém pegou neste The Witch. É o filme de terror psicológico mais perturbador desde O Exorcista, numa história de bruxaria por alturas do Novo Mundo, que faz lembrar ainda O Laço Branco, pela linguagem arcaica, o preto e branco e o formalismo de Robert Eggers. Um dos poucos Royale With Cheese deste ano.
Crítica aqui.

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