| CRÍTICAS | Our Souls at Night

A Netflix, na sua nova produção Our Souls at Night, promove um reencontro improvável: o de Robert Redford e Jane Fonda. Esta é a quarta vez que acontece, mas é improvável porque a última vez que acontecera foi já há mais de 35 anos(!). Lembram-se de O Cowboy Eléctrico?

O realizador Ritesh Batra assina aqui uma variação de A Lancheira, o seu filme-sensação de 2013, mas desta vez ambientado no interior do sul dos Estados Unidos. Redford e Fonda são dois vizinhos seniores que decidem começaram a partilhar as suas vidas porque a velhice leva-se melhor acompanhado. Ambos estão viúvos, os saraus com os amigos não são de todo recompensadores e as noites… as noites são sempre o mais difícil.

Batra veste-se de cupido, promove o encontro entre os dois protagonistas e depois afasta-se, dando-lhes espaço para fazerem a sua magia. E ainda bem, porque de início o realizador vai abusando das cordas da banda-sonora, para reforçar a ideia de que estamos num ambiente bucólico. Quando elas desaparecem (ou se tornam mais tímidas) é que o filme começa verdadeiramente.

Continua a haver magia entre Redford e Fonda, ele que parece estar a lidar melhor com esta última fase da sua carreira do que ela (alguém mencionou Quando Tudo Está Perdido ou Verdade?), e é isso verdadeiramente que vale Our Souls at Night. Porque de resto, com mais ou menos netinhos, mais ou menos arrependimentos e redenções do passado, o filme segue rasteirinho por entre os clichés do melodrama televisivo. Podia ser um filme sobre o amor na terceira idade (se bem que dizer que dizer que Redford e Fonda estão na terceira idade é quase anedota, porque estão mais bem conservados que eu). Não é. E não houvesse aqui Robert Redford e Jane Fonda e não estaríamos, nem de perto nem de longe, a mandar vir um Cheeseburguer. 

Título: Our Souls at Night
Realizador: Ritesh Batra
Ano: 2017

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