| CRÍTICAS | Hora de Ponta

Apesar de ser já um nome bem conhecido dos norte-americanos (e do público ocidental em geral) em 1998, Jackie Chan nunca tinha feito um filme fora de Hong Kong. Hora de Ponta era então o primeiro trabalho de Chan em Hollywood e, inclusive, a primeira vez que o ouvíamos a falar Inglês, já que nos filmes anteriores fora sempre dobrado.

Hora de Ponta é um buddy movie em que Chan é um polícia chinês que viaja para os Estados Unidos e acaba por juntar forças a Chris Tucker, com o habitual choque cultural que era expectável. Anos depois, refazia o mesmo filme, mas nos tempos dos caubóis, trocando a companhia de um afro-americano pela de um branco com feições bem arianas (olá Shangai Noon, como estás?).

Tucker e Chan começam por não se gramarem lá muito, mas acabam por se tornarem bff e formar uma equipa do caraças, na busca pela filha raptada do cônsul chinês. Aliás, a coisa corre tão bem que Hora de Ponta acabou por ter mais duas sequelas, uma série de televisão e, aparentemente, há um quarto filme no forno.

Hora de Ponta nem tem muitos plot holes porque todo ele é um enorme plot hole, mas nada disso interessa porque o argumento é apenas um pretexto para promover o diálogo multicultural entre os protagonistas. E para fazerem aquilo que sabem fazer melhor: no caso de Jackie Chan é lutar e andar em coregorafias em que tanto parece um macaquinho como parece que é feito de borracha; e no caso de Chris Tucker é abusar do overacting, do estilo de improviso de Eddie Murphy e das imitações do Michael Jackson.

É fácil ficarmos fartos do estilo desbocadode Tucker e Hora de Ponta não faz nada para contrariar isso. Antes pelo contrário, até o incentiva a mais.No entanto, se tolera Chris Tukcer, Hora de Ponta poderá ser um bom serão para acabar com aquele saco de pipocas que trouxe do Pingo Doce. E uma boa altura para reencontrar as bandas-sonoras de Lalo Schifrin, espécie de Ennio Morriconne dos snobs. A parte positiva deste Cheeseburger é que é também o melhor da saga, porque as sequelas são sempre a descer.

Título: Rush Hour
Realizador: Brett Ratner
Ano: 1998

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