| CRÍTICAS | A Teoria de Tudo

Considerado uma das mais geniais mentes da era moderna, Stephen Hawking não só se destacou entre os homólogos cosmólogos e físicos, como trouxe a ciência para o grande público e a tornou acessível ao comum dos mortais. Por isso, Hawking é uma espécie de rock star da ciência e, provavelmente, o mais famoso físico desde Albert Einstein.

Além disso, a sua história de vida é ainda um exemplo de dedicação e superação. Diagnosticado com esclerose lateral amiotrófica aos 21 anos, altura em que os médicos lhe deram apenas 2 anos de vida, Hawking nunca desistiu e dedicou a sua vida ao trabalho e à carreira, sem menosprezar a vida conjugal, que inclui uma família de três filhos e uma esposa dedicada. Como em 2014 Hawking ainda estava vivo, com 73 anos, tendo contrariado com grande categoria a esperança de vida miseráveç que lhe tinham dado quando jovem, nada melhor do que lhe prestar homenagem com um bonito filme biográfico.

A Teoria de Tudo é um biopic convencional sobre a sua vida e obra, mas especificamente centrado na relação com a sua esposa, Jane (Felicity Jones). Por trás de um grande homem está sempre uma grande mulher e Jane, num muisto de amor e missão cristã, manteve-se ao seu lado (quase) atéao fim. Ups, spoilers… A Teoria de Tudo faz lembrar Walk the Line pelo facto do amor ser bem mais importante do que a obra do retratado.

No entanto, provavelmente o facto de Stephen Hawking ainda estar vivo quando o filme foi feito, pesou na altura de o escrever. É que A Teoria de Tudo deixa sempre um gostinho na boca de polido demais, quase um politicamente correcto de quem teve medo de ofender. É que quando a relação de Stephen e Jane piora – e ela piora mesmo, num momento altamente radical de agora está tudo bem, agora já não está, não há qualquer crescendo -, fica sempre a impressão de que o filme não vai tão fundo quando devia. Algo que,aténo também muito polido Walk the Line (e em Ray também, já agora) acontece.

Mas A Teoria de Tudo é uma homenagem bonita e, claro, um daqueles papeis de uma vida de Eddie Redmayne. Consta que o próprio Stephen Hawking soltou uma lágrima quando o viu a fazer de si próprio pela primeira vez. E isso é um elogio bem maior do que o Cheeseburger que leva daqui.

Título: The Theory of Everything
Realizador: James Marsh 
Ano: 2014

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