| CRÍTICAS | Inferno Vermelho

Sylvester Stallone já tinha acabado sozinho com a guerra fria, quando pôs Moscovo inteiro a aplaudir a vitória do seu Rocky 4 contra o soviético Ivan Drago, mas foi Walter Hill quem completou a aproximação entre as duas potências mundiais, com Inferno Vermelho. Fazendo-se valer dos seus pergaminhos no buddy movie (olá 48 Horas), Hill fez parelha entre um polícia norte-americano e outro russo, em perseguição de um perigoso traficante de droga.

Arnold Schwarzenegger é então um polícia soviético que viaja para os Estados Unidos para extraditar um perigoso bandido georgiano (Ed O’Ross). No entanto, ele foge e Arnie é obrigado a unir forças a um agente americano, James Belushi, de forma a evitar males maiores. De um lado, o socialismo soviético, personificado por Schwarzenegger ainda na sua imagem robótica do Exterminador Implacável; do outro, o capitalismo americano encarnado pelo insolente e espirituoso James Belushi. 

Sem tirar partido de cada um dos lados, Walter Hill faz propaganda por ambos lados por igual, já que o que lhe interessa não é nenhum thriller político, mas sim o action movie. E Hill sempre foi um dos mais subvalorizados realizadores de acção de sempre. Com uma noção de ritmo notável, diálogos escorreitos e cenas de acção excitantes e inesperadamente sangrentas (Paul Verhooven a fazer escola em Hollywood), Inferno Vermelho é um bom filme de acção paredes meia com o xunga, que não envelheceu nada mal.

Deixa ainda para a posterioridade alguns dos momentos de Arnie em melhor forma, como a cena inicial do filme numa sauna, a despachar russos nus décadas antes de Promessas Perigosas, e fica apenas a faltar umas piadas mais certeiras de Belushi. Um McBacon para quem gosta de buddy movies e um dos momentos felizes da carreira de Arnold Schwarzenegger. 

Título: Red Heat
Realizador: Walter Hill
Ano: 1988

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