| CRÍTICAS | A Imigrante

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Tanto disseram que James Gray era o novo clássico de Hollywood que o homem acreditou mesmo e foi fazer um épico à Francis Ford Coppola. Moral da história: tenham lá calma nos elogios ou acabamos todos a ter que pagar por isso.

Para A Imigrante, Gray disse que andou a ver óperas do Puccini e o neo-realismo italiano do Visconti, mas nós acrescentamos que andou também a ver a trilogia de O Padrinho. Talvez mais pelo contexto histórico do que pelo épico familiar. A Imigrante é o drama trágico de uma mulher polaca que chega aos Estados Unidos fugida da Primeira Grande Guerra para abraçar o sonho americano e acaba mergulhada numa demanda inesperada, às mãos do proxeneta Joaquin Phoenix.

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Quantas vezes já vimos este filme? E todos começam da mesma forma. Num barco, em dia de nevoeiro, a chegarem à baía de Nova Iorque e a Estátua da Liberdade a assomar-se lá no alto, enquanto símbolo da liberdade e da terra das oportunidades. James Gray viu esses filmes todos e não quis inventar nada aqui, apostando em emular um certo cinema clássico, de porte formal e um realismo narrativo assente sobretudo nos actores.

É fácil faze-lo quando se tem Phoenix e Marion Cottilard como protagonistas, mas também é fácil cair na rotina do tarefismo anónimo. E James Gray anda ali na corda bamba, entre os dois, tal como o filme, que quase descai para o drama de faca e alguidar de onde depois não teria saída. Falta-lhe mais gravidade, mais emoção e, sobretudo, mais credibilidade, sobretudo com a personagem de Jeremy Renner. A cena em que os dois homens da história se envolvem fisicamente, com a verdadeira acção a acontecer fora de plano, mostra o que A Imigrante podia ter sido. Assim sendo, foi apenas um Double Cheeseburger, sem muito para deixar para contar.double-cheeseTítulo: The Immigrant
Realizador: James Gray
Ano: 2013

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