| CRÍTICAS | Hondo

Hondo_1953

Hondo abre com a entrada triunfal de John Wayne, aliás Hondo Lane, ou não fosse ele o próprio filme. Mesmo coberto de pó e sem cavalo, é uma entrada triunfal, apenas armado com a sua winchester ganha num concurso de tiro e acompanhado pelo seu cão Sam, acabadinho de escapar de um rendezvouz com os apaches.

No fundo, em apenas uma cena, John Wayne personifica um dos códigos essenciais do western – a chegada do forasteiro para impôr a ordem, como os colonos que chegaram ao Oeste selvagem para implementar a ordem junto dos pobres índios – e toda a sua segunda metade de carreira, feita nos westerns, em que simboliza o homem, o pai de família e a direita conservadora norte-americana. No entanto, Hondo é um trabalho a uma escala mais pequena, mais humana, à escala do herói que dá título ao filme.

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Wayne chega então à quinta no meio de nenhures da formosa Geraldine Page, que vive sozinha com o filho, acossada pelos apaches, depois do desaparecimento do marido. Wayne demora-se por lá. No seu estilo muito próprio, meio machista meio misógino, corta a lenha, ferra os cavalos e afia o machado. Quando abala já está pronto para voltar, embeiçado por ela.

Depois, é a fórmula do costume: um confronto mano-a-mano com os índios, incluindo uma lança directa à câmara, ou não tivesse sido originalmente filmado em 3D; uma rixa num saloon; e um ataque final dos apaches, com um assalto de grande dimensão às diligências da cavalaria. Pelo meio, uma questão moral para colocar Wayne à prova, mostrando de forma inequívoca a sua integridade. Hondo é o western clássico por excelência, repetido até a exaustão a partir deste molde. Um molde que vale facilmente um McChicken.mcchickenTítulo: Hondo
Realizador: John Farrow
Ano: 1953

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