| CRÍTICAS | Por Falar de Amor

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A primeira coisa que irrita neste filme é a tradução do título para português, com aquela tendência de merda de revelarem demasiado. Depois, a segunda coisa que irrita é não perceber porque Juliette Binoche (e também Clive Owen, se bem que a francesa irrita mais) aceitou participar neste filme. Mas pronto, acho que os bons actores também devem gostar às vezes de descontrair e encher os bolsos sem se chatearem muito.

Por Falar de Amor é então a comédia romântica típica, que normalmente tem o Hugh Grant como protagonista. Boy meets girl blá blá blá rebebéu pardais ao ninho e todos viveram felizes para sempre. Clive Owen é então o professor de inglês insolente de uma escola, que afoga no álcool a falta de inspiração que, em tempos, fez dele um escritor promissor. Juliette Binoche é a nova professora de desenho, frustrada por não pintar nada de jeito desde que a artrite crónica piorou. Ambos vão inspirar-se mutuamente numa relação de amor-ódio que tem tudo para dar certo.

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A premissa de Por Falar de Amor até é interessante. Ela gosta de rabiscos, ele gosta de palavras e ambos vão tentar provar um ao outro quais são os mais importantes na vida, recorrendo-se dos trabalhos dos alunos. Enquanto esta ideia tem validade, o filme tem pernas para andar. O problema é que se esgota muito rapidamente.

A partir daí é tudo um martírio. Muita xaropada com muitos violinos a acompanhar, subplots ridiculos com alunos bullies que desaparecem a meio sem demonstrarem a sua utilidade, beijinhos ao pôr-do-sol e uma cambada de drama queens de todo o género. Clive Owen ainda tenta salvar a situação com o seu charme natural, mas o máximo que consegue é fazer-nos esboçar um par de esgares forçados. Nem Juliette Binoche nos valha, o que diz muito deste Happy Meal.happy-mealTítulo: Words And Pictures
Realizador: Fred Schepisi
Ano: 2013

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