| CRÍTICAS | The Conjuring – A Evocação

De tempos a tempos, lá surge um novo fenómeno no cinema de terror, que rapidamente Hollywood trata de espremer miseravelmente até não sobrar mais nada. Foi assim com Saw – Enigma Mortal ou com Actividade Paranormal, por exemplo, que já devem ter aí a estrear a sequela número sete… mil. Contudo, o grande título da actualidade no género é The Conjuring – A Evocação (criado, curiosamente, por James Wan, o mesmo realizador do supracitado Saw – Enigma Mortal), que já teve sequela e se prepara para ter uma prequela.

Não deixa de ser curioso perceber como é que tudo começou e porque é que A Evocação se tornou nesse fenómeno. Afinal de contas, temos em mãos mais um filme de possessões e exorcismos, tema que nem sequer é praticamente novo, uma vez que tem inundado o género do terror nos últimos anos. Talvez o grande trunfo de A Evocação seja aquela mensagem inicial, que diz solenemente: baseado em factos verídicos. Afinal de contas, quantos pontos valeu esse mesmo truque a O Exorcista?

A Evocação é então baseado nos casos de Ed e Lorraine Warren (aqui protagonizados por Vera Farmiga e Patrick Wilson), o famoso casal de investigadores paranormais que também esteve por trás dos casos que deram origem a filmes como Amityville – A Mansão do Diabo, Sombras Misteriosas ou, claro, o recente Annabelle. O casal de caça-fantasmas, que diz coisas como a maioria dos casos tem uma explicação racional que é para lhes dar ainda maior credibilidade, vai investigar o estranho caso da casa amaldiçoada do casal Perron (Ron Livingston e Lily Taylor), que se mudou para uma casa de campo de estilo vitoriano com a sua longa prole de cinco filhas.

Por azar, aconteceu de tudo naquela casa. Pertencia a uma das bruxas de Salem, houve gente assassinada, bebés sacrificados e pessoal a suicidar-se aos milhões naquele terreno. Por isso, A Evocação é terreno fértil, onde cabem todos os clichés do género. Possessões à Poltergeist, O Fenómeno, demónios à solta e exorcismos à… O Exorcista. A grande diferença – e novidade – é que, no final, A Evocação torna-se num filme de acção, já que a luta entre o casal Warren e o casal Perron com as forças do Mal é quase física, com muitos corpos arremessados pelo ar, agressões bárbaras e entradas a pés juntos.

É certo que James Wan não é um simples tarefeiro de Hollywood e é um realizador com ideias, seja na forma como mexe a câmara, seja na forma como evoca um certo cinema gótico de terror, que fez escola nos anos 70 (e com claro bom gosto, já que mete os Zombies na banda-sonora). E, acima de tudo, não se refugia em jump scenes, umas atrás das outras. Obviamente que também ajuda ter actores a sério, como Vera Farmiga e Lily Taylor, mas no fina, tudo espremido, não há nada em A Evocação que justifique mais do que um Happy Meal. Ou mais sequelas e prequelas.

Título: The Conjuring
Realizador: James Wan
Ano: 2013

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