| CRÍTICAS | Vingadores – Endgame

Antes de mais, há que reconhecer que nunca houve nada assim. Vingadores – Endgame é o culminar de um investimento astronómico da Marvel, ao longo de mais de uma década, com 20 filmes e um elenco de primeira água, que vai desaguar agora neste título. Goste-se ou não dos filmes, há que assinalar esta demanda hercúlea. E a partir daqui, nada mais voltará a ser como antes.

Assim, um ano após Thanos ter conseguido reunir todas as pedras do Infinito, tornar-se invencível e ter dizimado metade da população para obter um qualquer equilíbrio cósmico, podemos finalmente retomar o cliffhanger. E, sem querer fazer nenhum spoiler, pode-se dizer que a coisa se resolve de forma relativamente fácil. Os herói que sobraram – Homem de Ferro, Capitão América, Hulk, Thor, Homem-Formiga, Hawkeye, Viúva Negra e alguns outros com tempo de antena reduzido – vão encontrar Thanos e dar-lhe o que merece. Mas como continuam 5 milhões de pessoas mortas, o filme não pode acabar logo. E é aí que entram as viagens no tempo, mas sem serem viagens no tempo. Por isso, esqueçam o mestrado que todos tirámos no tema, com o Regresso ao Futuro, porque estas não tèm nada a ver, apesar de haver uma cena em 1970 que nos leva rapidamente pela memory lane abaixo.

São dezenas de personagens em mais de 3 horas de filme, uma missão dos irmãos Russo que podia muito bem ser mais um dos trabalhos de Hércules, mas ao contrário do que seria de esperar há tempo suficiente para toda a gente. Anthony e Joe Russo esforçam-se por não deixar ninguém de fora, mesmo que seja uma simples aparição (de Michelle Pfeiffer e Michael Douglas a Natalie Portman, que nem sequer filmou cenas novas e apenas reciclou material não usado de Thor), se bem que os principais são o Homem de Ferro (Robert Downey Jr.), o Capitão América (Chris Evans), o Hawkeye (Jeremy Renner) e o Homem-Formiga (quem diria, hein, Paul Ruud?). Vão haver baixas importantes (e desta vez sem jóias do Infinito que revertam isso), muito tearjerker e uma batalha final épica, que envolve tudo e todos numa masturbação digital bem esgalhada.

Além de cruzarem todos os heróis do universo cinematográfico Marvel, os irmãos Russo conseguem ainda manter o estilo dos personagens de acordo com os seus próprios filmes a solo. Por isso, é graças a Thor – Ragnarok que Thor se pôde transformar aqui numa versão do Dude, deprimido por ter falhado com Thanos, sem que nos pareça (muito) descabido.

Vingadores – Endgame é o derradeiro blockbuster: entretenimento de grandes proporções, para vibrar, rir e chorar. Não vai ganhar Oscares, mas fica igualmente na história da sétima arte pelo que representa e significa. E saca um Le Big Mac por tudo isso e por cumprir todos os seus objectivos com distinção.

Título: Avengers – Endgame
Realizador: Anthony & Joe Russo
Ano: 2019

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *