| CRÍTICAS | Escape Room

Como todos os fenómenos inexplicáveis, os escapes rooms expandiram-se e consolidaram-se para lá da razoabilidade. E em Portugal, claro, onde a massificação do turismo foi acima da média, os escape rooms multiplicaram-se como cogumelos. Há para todos os gostos e feitios. Sobre o Fernando Pessoa, sobre o Sherlock Holmes, sobre o terramoto de 1755, sobre, sobre, sobre…

Contudo, não existe nenhum como o de Escape Room. No filme de Adam Robitel, a promessa é que este é um jogo de fuga super-imersivo, que nunca ninguém conseguiu terminar. Os seus criadores estão tão confiantes que até oferecem uma recompensa de um milhão de dólares a quem conseguir escapar. Por isso, depois de uma introdução breve a três dos personagens (que vemos logo que serão aqueles que vão chegar ao fim ou morrer por último), um grupo bem eclético de seis pessoas reúne-se para experimentar o tal escape room, todos eles ali chegados por um pretexto bem esquisito, mas que ninguém se lembra de questionar porque ninguém quer realmente saber.

Escape Room tem a mesma estrutura de Cubo, até porque esse era também… um escape room. Há uma sala temática, onde os participantes precisam de descobrir e revelar as pistas de forma a abrir a porta para a sala seguinte. O plot twist aqui é que, se não o conseguirem fazer no tempo determinado, a sala mata-los-á. E, de preferência, de forma cruel. A primeira sala revela-se um forno gigante; a segunda um frigorifico ainda maior; e por aí fora.

Depois, as personagens vão-se revelando uma a uma para além do colectivo e começa-se a perceber que cada uma daquelas salas foi desenhada para rimar com os seus traumas. O que significa que aquelas pessoas não estão ali de forma aleatória. Isso começa a lançar-nos migalhas para irmos seguindo até ao grande twist final, mas, sejamos sinceros, o que interessa aqui são as salas, os enigmas, os desafios e, claro, as mortes.

Escape Room virá a dar-nos razão. Chega à última sala, alguns dos personagens escapam, tudo é revelado e, surpresa das surpresas, há um segundo twist. Nessa altura já desligámos completamente, o que é bom, porque a última cena só vem enterrar ainda mais Escape Room. Por isso, se desistir do filme assim que eles conseguem sair das salas, ainda conseguirá desfrutar de um Cheeseburger. Se continuar além disso, segue por sua conta e risco.

Título: Escape Room
Realizador: Adam Robitel
Ano: 2019

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