| CRÍTICAS | Godzilla vs Kong

Goste-se ou não, temos que louvar e respeitar o compromisso e a dedicação da Warner em criar um Monsterverse, com macacos gigantes e monstros radiactivos. Todos sabemos que é uma tentativa desesperada de criar o seu próprio universo integrado e, consequentemente, um franchise automatizado que seja uma máquina de gerar dinheiro, mas como não nos sentirmos bem com um estúdio que está disposto a gastar rios de dinheiro em filmes com monstros gigantes a lutarem entre eles?

Depois de dois filmes que ressuscitavam o Godzilla, mais um war movie que fazia reboot ao King Kong, era altura de os colocar frente a frente. Isso já tinha acontecido em 1964, em King Kong versus Godzilla, mas desta vez o realizador Adam Wingard garantira que haveria um vencedor assumido no final. A lógica diz-nos que só poderá haver um derrotado neste duelo. Afinal de contas, de um lado está um monstro radiactivo, que deita fogo pela boca, e do outro está um macaco que atira cocó nos oponentes. No entanto, estamos a falar de um filme que faz todo um contorcionismo digno do Cirque du Soleil para justiçar a existência de monstros lendários, com recurso à teoria da Terra Oca. Estamos em 2021 e parece que é 1980 outra vez. Nem sequer faltam as tretas new age estarem na moda outra vez nem nada.

Tal como os filmes anteriores do franchise, Godzilla vs Kong continua a esforçar-se demasiado em ter uma história por trás, quando na verdade só queremos ver os gigantes a lutar. Por isso, desta vez vamos ter duas facções. Do lado do macaco temos Alexander Skarsgård, Rebecca Hall e a filha surda, que consegue falar com Kong(!) por linguagem gestual, que o vão levar à terra oca. Do lado do Godzilla, temos Millie Bobby Brown, Julian Dennison e o novo Brian Tyree Henry (um maluquinho das teorias da conspiração, com chapéu de papel de alumínio na cabeça), que vão em aventura até Hong Kong nem se sabe bem porquê, mas que tem musiquinha dos anos 80, a tentar espremer toda a nostalgia dos 80s acumulada pela primeira em Stranger Things.

Podemos passar estas partes em fast forward, porque nada disto interessa nem ao menino Jesus, e parar nas lutas entre os gigantes. Godzilla e Kong defrontam-se duas vezes e, na última, há mesmo um vencedor. Há ainda mais um par de monstros na terra oca e, depois, surpresa!, surge em cena Mechagodzilla. Há bofetada de meia-noite e um clímax numa Hong Kong cheia de neons com pinta e, outra surpresa!, a edição não é confusa e dá mesmo para desfrutar da destruição e do filme-catástrofe. Por isso, cada dentada do Happy Meal é dedicada a este parágrafo. Quanto ao melhor filme de monstros a lutar continua a ser, de longe, Batalha do Pacífico.

Título: Godzilla vs Kong
Realizador: Adan Wingard
Ano: 2021

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