| CRÍTICAS | Knock Knock – Perigosas Tentações

– Knock knock.
– Who’s there?
– Two girls.
– Two girls who?
– Two girls that will kill you!
Nunca fui muito bom com anedotas knock-knock, mas Keanu Reeves também nunca foi propriamente grande coisa na arte da representação e isso não o impediu de construir uma carreira cinematográfica respeitável e com um dos maiores street creds de sempre. Por isso, esta introdução é tão válida quanto outra qualquer.

É dia do pai e Keanu Reeves está sozinho em casa, já que a mulher e os filhos foram passar os dias à praia. No entanto, não há nada para lamentar. Keanu vive num casarão – ele próprio é arquitecto e tem bom gosto a escolher casas -, tem uma colecção de vinis de respeito dos tempos em que era DJ e uma ervinha bem potente, que o deixam a ver arquitectos. Parece que o fim-de-semana não pode ser melhor, mas, a meio da noite, duas jovens fresquinhas (Lorenza Izzo e Ana de Armas) buscam refúgio da chuva na sua casa e acabam a noite a chupar-lhe a pila.

A primeira metade de Knock Knock – Perigosas Tentações é uma espécie de conto de fadas, mas depois rapidamente começa a coisa a descambar. Primeiro, Lorenza Izzo e Ana de Armas não querem ir embora. E depois, quando Keanu Reeves as consegue conduzir de volta a casa, elas regressam. E mais más do que nunca. Knock Knock – Perigosas Tentações é um home invasion movie e elas são tão niilistas quanto os invasores de Brincadeiras Perigosas. Quanto a Keanu Reeves resta-lhe vestir a pele de scream queen, mas como referimos no primeiro parágrafo, representar nunca foi o seu forte. E falha redondamente, com um par de cenas que chegam mesmo a ser confrangedoras. Não é Nicolas Cage quem quer, mas quem pode.

Entretanto, Knock Knock – Perigosas Tentações levanta uma discussão pertinente, em que elas procuram vingança por ele as ter violado e ele se defende porque elas é que quiseram. Contudo, esta não é uma discussão para encontrar respostas, até porque tem a profundidade de uma qualquer caixa de comentários do Facebook. Mas fica a dica. E, no final, Eli Roth não resiste a cinco minutos a mais de filme, com aquela sua imagem de marca que é um final slapstick, não fossemos nós pensar que os seus banhos de sangue, torture porn e perversão fossem a sério. Não deslumbra, mas é eficaz o suficiente para um Double Cheeseburger. E é um passo em frente quando comparado com o original, o clássico de culto Death Game.

Título: Knock Knock
Realizador: Eli Roth
Ano: 2015

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