| CRÍTICAS | Venom – Tempo de Carnificina

O primeiro Venom foi um desastre – como todos os filmes da Marvel que a Sony faz -, mas tinha dois trunfos que lhe valeram boa publicidade. O primeiro era o facto de ser o primeiro filme a solo de um super-vilão (que fazia de Venom um monstro fofinho, algo que entretanto a Marvel já tratou de capitalizar, com Loki) e o segundo era ter Tom Hardy, tipo que continua nas palmilhas da indústria. E com isso foi aprovada a sequela, Venom – Tempo de Carnificina, provavelmente por pessoas que nem viram sequer o primeiro filme.

Em Venom – Tempo de Carnificina temos um Eddie Brock em amena cavaqueira com o simbiose, que habita no seu corpo, numa espécie de buddy movie de uma pessoa só. O registo é bem-disposto e descontraído e até é suposto ter piada, mas, plot twist, nunca tem realmente graça. Porque é tudo demasiado previsível, o simbiose é apenas uma voz rouca que se ouve A TODO O TEMPO e Tom Hardy, bem… Tom Hardy é o canastrão do costume.

Depois aparece Michelle Williams, que vai casar, e aparece Woody Harrelson com problemas capilares, que está quase a ir levar a injeção letal (para quem não viu Venom, Harrelson é um serial killer que foi preso). Tom Hardy e Venom descobrem onde é que estão enterrados os cadáveres das suas vítimas em menos de 5 minutos, numa sucessão de coincidências e uma lógica dedutiva irrepreensível, e ainda nem passaram 20 minutos e já estamos cansados. E isso não é uma coisa boa.

Depois há mais uma sucessão de mais clichés, ah, há também Naomie Harris, uma mutante que grita que se farta e que é a paixão de sempre de Harrelson e depois resolve-se tudo na festa total do CGI. Como já não bastava Venom ser um (anti)herói totalmente digital, agora o seu inimigo, Carnage (e os diálogos são tão pirosos e telegráficos, que até há tempo para a óbvia tirada do… let there be carnage) – e na terceira sequela ainda surgirá mais outro pedaço do simbiose para completar o ramalhete – é uma versão ainda maior, mais destrutiva e… mais digital. Venom é o pior franchise da Marvel desde Motoqueiro Fantasma. E olhem que isso não era fácil. E na cena pós-créditos ainda conseguem inventar uma forma de introduzir na equação o novo Homem-Aranha e o universo cinematográfico da Marvel. A sério, parem! A Hamburga de Choco não vos é suficiente?

Título: Venom – Let There be Carnage
Realizador: Andy Serkis
Ano: 2021

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