| CRÍTICAS | Viena and the Fantomes

É certo que Dakota Fanning envelheceu mal (ela que tem 28 anos neste momento lol), como aliás quase todas as child stars, mas um filme que tem no mesmo elenco Zoe Kravitz, Evan Rachel Wood, Caleb Landry Jones ou Jon Bernthal ter passado completamente despercebido como aconteceu a este Viena and the Fantomes não agoira nada de bom. Mas basicamente é isso que tem acontecido a Dakota Fanning desde… A Teia da Carlota?

Viena and the Fantomes é então a história de uma jovem (ela própria, Dakota Fanning) que se junta à entourage de uma banda de pós-punk nos anos 80. Ela é Viena e eles são os Fantomes (nada a ver com a banda de Mike Patton), que parece soarem mais ou menos aos Joy Division, mas para um filme sobre música, há muito pouca música aqui. Exceptuando os rádios de cassetes, que parece ser a única forma de mostrar que são os anos 80. Porque é que os anos 80 são relevantes para aqui? Nunca é clara essa resposta.

Viena and the Fantomes é assim uma espécie de Quase Famosos, mas sem o romantismo da estrada, a força do rock’n’roll e… um arco narrativo convencional. Ou seja, em vez do filme de Cameron Crowe, a referência deste filme de Gerardo Naranjo é mais uma coisa rarefeita como Somewhere – Algures, que também era à sua maneira um filme sobre… nada. Os Fantomes andam em caravanas pelo meio de nenhures, vivendo em condições mais ou menos miseráveis, apesar de terem uma comitiva considerável. É por lá que anda Zoe Kravitz ou Evan Rachel Wood, mas também Frank Dillane, um dos roadies, com quem Dakota Fanning há de desenhar um triângulo amoroso. O terceiro vértice dessa forma geométrica romântica é Ryan LeBoeuf, o baterista da banda, com uma saúde mental algo fragilizada.

O filme vai assim acumulando episódios mais ou menos inócuos, sempre num tom meio sonâmbulo meio narcótico, apesar de nem haverem propriamente muitas drogas à vista. Podíamos pensar que íamos embarcar num daqueles comboios fantasma movidos a sexo, drogas e rock’n’roll (afinal de contas, todos vimos o Quase Famosos) e afinal ficamos empancados o tempo quase todo na estação da teenage angst. Como é que o realizador Gerardo Naranjo conseguiu convencer tantos nomes conhecidos a embarcar nesta viagem? É uma dúvida que o Hamburga de Choco nunca revelará. Uma coisa tenho a certeza: seguramente que não foi com a ideia daquela tentativa de homicídio no final do filme, que é a mais ridícula e irrealista tentativa de homicídio da história das tentativas de homicídio.

Título: Viena and the Fantomes
Realizador: Gerardo Naranjo
Ano: 2020

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