| CRÍTICAS | Outcast – O Último Templário

Os Templários foram uma ordem militar mandatada pelo Papa para defenderem os cristãos no oriente e levarem a palavra de Deus aos ímpios. Durante dois séculos cimentaram a sua influência e poderio (e matança), até que o rei de França os acusou de heresia e convenceu o Vaticano a desmantelar a ordem. Os Templários passaram a ser perseguidos por toda a Europa e, depois de um curto período de tempo em que encontraram refúgio no Chipre, acabaram por se fixar em Portugal. Todos? Todos não, porque dois deles fugiram para o oriente e para a zona da actual China, mesmo que ninguém fuja para o Oriente. Os seus nomes? Nicolas Cage e Hayden Christensen.

Depois de Época das Bruxas, Outcast – O Último Templário é o segundo trabalho de Cage na Idade Média, em mais um filme com uma duvidosa escolha capilar, no seu périplo internacional (esta é uma co-produção sino-americana-resto-do-mundo). A grande novidade é que, aqui, Nicolas Cage faz de… zarolho(!). No entanto, quando o filme começa, Cage e Christensen são ainda Templários de pleno direito, a matarem indiscriminadamente muçulmanos no Médio Oriente. Contudo, cansado de ter sangue inocente nas mas, Cage renega o seu aprendiz depois de o ver com um monte de crianças e mulheres mortas aos pés. Afinal de contas, toda a gente sabe que as matanças têm um limite…

O prólogo teria então, o filme avança uns anos e, apesar de nunca nos explicarem a História (para escrever o primeiro parágrafo fui ler a Wikipédia), já não há Templários. E depois de uma série de peripécias, Cage e Christensen vêem-se de novo, fazem as pazes (apesar de ambos estarem agarrados ao álcool e ao ópio, com Síndrome Pós-Traumático) e têm de ajudar o jovem príncipe Bill Su Jiahang a derrotar o irmão e a recuperar o trono que lhe foi usurpado, caso queiram que o país continue a prosperar em clima de paz e justiça social. Outcast – O Último Templário sofre fortemente do síndrome do white savior e nem sequer o tenta esconder.

Outcast – O Último Templário, que marcou a estreia na realização do duplo Nick Powell (mais tarde faria ainda Instinto Predador, outro série b com Nicolas Cage), é uma xungaria que procura esconder o seu baixo orçamento com uma edição tão frenética que o filme devia ter no início um disclaimer para epilépticos. Hayden Christensen, com o seu corte de cabelo estilos e guarda-roupa sempre deslocado do filme de época, continua a fazer o que faz melhor, ou seja, a desfazer qualquer tentativa de representação. E, mesmo assim, Outcast – O Último Templário é divertido, entretendo qb, mesmo sem ter nenhuma cena propriamente memorável ou inesquecível. Enfim, já vimos Cheeseburgers bem piores de Nicolas Cage.

Título: Outcast
Realizador: Nick Powell
Ano: 2014

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