| CRÍTICAS | Looper – Reflexo Assassino

Quem diria que, dez anos depois, o puto de O Terceiro Calhau a Contar do Sol iria ser um dos actores do momento, enquanto que French Stewart iria ser apenas, esperem… French-quem? Com um par de papéis nos filmes certos e meia-dúzia de desempenhos geniais, Joseph Gordon-Levitt tem-se assumido como um dos valores seguros de Hollywood. E, com este Looper – Reflexo Assassino, termina o seu processo de coolness, ao percebermos que, quando envelhecer, vai ser o Bruce Willis.

No mesmo ano em que Josh Brolin nos deu um espectacular Tommy Lee Jones jovem, Looper – Reflexo Assassino dá-nos um Joseph Gordon-Levitt enquanto jovem Bruce Willis. E se algumas próteses faciais ajudam, os maneirismos que adopta tornam-no perfeito. Mas vamos lá ao filme propriamente dito.

Estamos então no futuro, mas se não nos dissessem não o diríamos (exceptuando umas motas planadoras). Ao contrário da ficção-científica futurista, que nos dá amanhãs impossíveis de acontecer, e das distopias pós-apocalípticas, com as suas sociedades demasiado falidas, o futuro de Looper – Reflexo Assassino é bem capaz de ser o que vamos encontrar daqui a 30 anos. Exceptuando os loopers, ou seja, assassinos contratados para matarem e fazerem desaparecer os corpos de tipos que a mafia do futuro envia para o passado através de viagens no tempo. E Joe (Joseph Gordon-Levitt) é um looper.

Looper – Reflexo Assassino é um dos grandes filmes de acção de 2012. É, acima de tudo, um filme sobre viagens no tempo e, ao contrário de primos seus, não tenta ser espertalhão nem demasiado confuso ou com plot holes evidentes (ou ambos). E, sem saber porquê, lembrei-me de Efeito Borboleta… Depois, não tem problemas em ser bruto, não se preocupando com as classificações para toda a família e com as bilheteiras, como a maioria dos seus outros familiares, matando crianças se for necessário e mostrando mais sangue e gore do que costume nestes casos – afinal de contas, um filme sobre viagens no tempo está a importar desde logo um modelo dos filmes xunga. E se é para ser série b, que o seja a sério.

Além disso, tem ainda meia dúzia de momentos altamente estilizados, que lhe dá uma pinta porreira. Está na hora de começarmos a prestar atenção a sério ao realizador Rian Johnson, até porque Joseph Gordon-Levitt já todos topámos mesmo que não quiséssemos. Looper – Reflexo Assassino é um belo Le Big Mac, mas no campo das viagens temporais ainda não chega para bater aquela pérola esquecida, Primer.Título: Looper
Realizador: Rian Johnson
Ano: 2012

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *