| CRÍTICAS | Território Inimigo

No interrail que tem feito pela Europa nesta sua fase da carreira, esta não foi a única vez que Jean-Claude Van Damme parou na Moldávia. Território Inimigo foi o terceiro filme que o belga fez no país dos Ozone, esses ícones que ninguém se lembra convidar para uma festa Revenge of the 90s, ou do Epic Sax Guy.

No entanto, Território Inimigo é um dos filmes mais atípicos de Van Damme, um war movie de tiros com muito pouca porrada. Como referimos, o cenário é a Moldávia, país a ferro e fogo depois das últimas eleições, em que os apoiantes do candidato derrotado, comunistas e totalitários, ameaçam a estabilidade do país. Ao mesmo tempo queimam bandeiras dos Estados Unidos, num sentimento generalizado anti-imperialista, vai-se lá perceber qual é a relação entre os dois países. No entanto, isso ajuda os americanos a desenvolver um sentimento de identificação com o filme, não é?

Jean-Claude Van Damme é então novo adido militar norte-americano que chega à Moldávia, mesmo a tempo de acabar sitiado na embaixada, a proteger o presidente e alguns jornalistas – isto depois de uma rápida paragem num hotel para dar uma rapidinha com a repórter Julie Cox e onde vai deixar a sua farda depois de ter de sair à pressa, facto que parece não incomodar ninguém além aqui do vosso escriba.

Território Inimigo é então um filme sobre casas cercadas, na boa tradição do Rio Bravo. O realizador Simon Fellows tenta não inventar em demasia e liga o simplificador, colocando Van Damme à frente das operações, seja a enfrentar os moldavos comunistas, seja a enfrentar a própria oposição interna, que vem do tipo da CIA que prefere sempre outra abordagem. No entanto, as limitações de Simon Fellows (e do orçamento) também são evidentes, tendo até dificuldades em ilustrar simplesmente o argumento.

No meio da fogachada, o filme ainda pára duas vezes para Van Damme exibir os seus dotes nas artes marciais, mas aqui as sequências ainda são mais constrangedoras. As coreografias são pobres, a edição deficiente e os oponentes do belga uma piada na arte de lutar. Por isso, basta colocar o filme em fast forward e terminar o Happy Meal o mais rápido possível, para nos irmos deitar.
Título: Second in Command
Realizador: Simon Fellows
Ano: 2016

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