| CRÍTICAS | O Nome do Medo

O Nome do Medo foi feito em 2015 e foi imediatamente arrecadado no fundo de uma gaveta bem funda, porque rapidamente deu para ver que não tinha ponta por onde se pegasse. Mas, ironia do destino, apenas dois anos depois, um meme dá origem ao Slender Man, o primeiro “grande mito da net”. E como o monstro de O Nome do Medo tinha algumas semelhanças com Slender Man (ironia das ironias, mais tarde no filme dedicado a esse monstro, é também Doug Jones que o vai interpretar), toca a ir repescar O Nome do Medo e a joga-lo cá para fora de qualquer maneira.

O Nome do Medo é um desastre a todos os níveis, incluindo a nível de marketing. A tagline “não penses nisso, não fales nisso”, que à primeira vista até pode parecer apelava, serve para fazer mil e um trocadilhos com o facto do filme ser péssimo. Não penses nisso, não fales nisso… e, de preferência, não vejas isso também.

Tentemos então perceber do que trata O Nome do Medo. Três amigos universitários (Douglas Smith, Lucien Laviscount e Cressida Bonés) decidem comprar uma enorme e abandonada casa vitoriana em vez de viverem na residência de estudantes, como todos os outros adolescentes nos Estados Unidos. Como é que têm o dinheiro para aquilo? Ninguém sabe, mas Lucien Laviscount conduz um Mustang, por isso deve ser suposto crermos que eles são filhos de gente rica ou algo assim.

Como em qualquer filme de terror com uma casa gigante e abandonada, esta também está assombrada. Podiam era ter arrasado um melhor pretexto para levar os jovens lá para dentro. Mas enfim, há de aparecer então Bye Bye Man(quem?), um monstro que leva à loucura aqueles que pensam no seu nome (daí o “não penses nisso…”). E quem é o Bye Bye Man? É uma boa pergunta, mas ninguém sabe. Aparentemente é um tipo alto num capote sinistro, que tem um cão todo esfolado(!) e que surge sempre associado a moedas de ouro(!!) e a sons de comboios(!!!). Cena mais aleatória de sempre.

Tudo o resto é o acumular de clichés do género, com o extra de ter Cressida Bonas como protagonista, ela que faz tanto pela representação como um pé-de-cabra. É certo que a realizadora Stacy Title tenta apostar mais na criação de ambientes e numa espécie de terror psicológico, mas quando vê que tudo está perdido atira o argumento às urtigas e convoca uma sequência de mau CGI, com o Bye Bye Man a aparecer com o seu cão de pixeis da forma mais inconsequente da história dos filmes de terror. Faye Dunaway e Carrie Ann-Moss ainda tentam dar alguma legitimidade à coisa com uma curta aparição (e a segunda ainda abre timidamente a porta à sequela), mas a sério? Alguém achou que esta Hamburga de Choco tinha alguma salvação?

Título: The Bye Bye Man
Realizador: Stacy Title
Ano: 2017

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