| CRÍTICAS | O Comando dos Tigres Negros

Chuck Norris fez carreira com duas personagens fortes: como Ranger do Texas, claro, e como ex-veterano do Vietname, onde passou as passas do Algarve para resgatar soldados missed in action. No entanto, há medida que o tempo passa, cada vez mais as pessoas se lembram de Desaparecido em Combate e se esquecem de O Comando dos Tigres Negros, o filme em que tudo começou.

Além disso, O Comando dos Tigres Negros foi ainda o filme que marcou a consolidação da carreira de Chuck Norris no cinema, deixando de vez as artes marciais. E, contudo, este não é um filme de kung fu. Ao contrário dos filmes de Bruce Lee, que eram muito karate e uma história lá no meio, este é uma história com karate lá no meio. Aliás, O Comando dos Tigres Negros insere-se na tradição dos filmes sobre conspirações que marcaram a década de 70, de Capricórnio Um a Os Homens do Presidente ou Os Três Dias do Condor.

Obviamente que estamos a falar de um filme de Chuck Norris e, quando comparado com esses, este é um filme bem mais curto. No entanto, tirando a sequência inicial no Vietname e um par de cenas de pancadaria e rotativos pela cara, O Comando dos Tigres Negros é o mais atípico dos filmes de Chuck Norris, com muita conversa, viagens de avião e politiquices. Pelo meio, tempo ainda para sacar a miúda gira (Anne Archer) e para um momento mítico, em que Norris entra pelo pára-brisas de um carro adentro para deter um bandido com um pezão nos peitos (ver fotografia acima).

Quanto à trama, anda à volta de uma teoria da conspiração nas negociações de paz entre o Vietname do Norte e o Secretário de Estado dos Estados Unidos (Conrad Morgan), que (deveria) levar ao sacrifício da unidade especial liderada por Chuck Norris, os Tigres Negros. Com um argumento pouco desenvolvido, O Comando dos Tigres Negros nem é filme político nem é filme de porrada. Fica ali no meio, sem ofender ninguém e relativamente sólido para valer um Double Cheeseburger.

Título: Good Guys Wear Black
Realizador: Ted Post
Ano: 1978

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