| CRÍTICAS | O Corvo 3 – Pena Capital

Agora que há um novo reboot de O Corvo, faz sentido lembrar que existem mais filmes da série para além do original, conhecido sobretudo por ter sido o filme onde Brandon Lee faleceu. São três sequelas, sendo que hoje vamos falar da segunda, que é a melhor delas (a menos má?). A primeira, apesar de ter o Iggy Pop todo cacaínado, é um rip-off do primeiro, enquanto a última nunca vi. Quem é que tem coragem de ver O Corvo 4 – A Reencarnação? Até eu tenho limites…

O Corvo 3 – Pena Capital começa com a execução de Eric Mabius na cadeira eléctrica, por ter esfaqueado a namorada 37 vezes. Mabius insiste estar inocente até ao último fôlego e continua a acusar uma misteriosa figura com tatuagens no braço, mas ninguém acredita porque não há paradeiro de ninguém com essa descrição, que não poderia ser mais vaga. Mas quando aparece um corvo e revive Eric Mabius dos mortos para ir procurar os verdadeiros culpados, ter a sua vingança e conseguir algum descanso eterno, percebemos logo que ele estava a dizer a verdade.

Tal como O Corvo, O Corvo 3 – Pena Capital é um filme de vingança, com um anti-herói que é uma espécie de super-herói zumbi. Contudo, O Corvo 3 – Pena Capital leva a parte do anti-herói longe de mais, já que Mabius vai deixar um rasto de sangue inocente atrás de si, despachando toda a gente sem sequer hesitar. Quando, no final, o mauzão lhe há de atirar isso mesmo à cara, o herói defende-se: fi-lo, porque tu os mandaste. Pronto, então está bem.

O argumento de O Corvo 3 – Pena Capital é pouco imaginativo e o baixo orçamento também não ajuda. O realizador Bharat Nalluri parece ter apostado todas as fichas em duas cenas com explosões, que são demasiado hiperbólicas até mesmo para os padrões da série b. Além disso, procura recriar o ambiente noir do filme de Alex Proyas, mas Nalluri confunde negro com escuro e falta de iluminação.

Anda também para lá Kirsten Dunst, sem se perceber muito bem se foi lá parar enganada ou se ainda estava naquela fase da carreira em que não se podia dar ao luxo de recusar muita coisa. A verdade é que há pouco a recomendar neste Happy Meal. E se esta é a melhor das sequelas, imaginem as outras.

Título: The Crow – Salvation
Realizador: Bharat Nalluri
Ano: 2000

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