| CRÍTICAS | Morte Súbita

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Em 1995 a NHL parou por greve dos jogadores e alguém, em Hollywood, viu nisso uma oportunidade de sacar uma guita. A família Baldwin engendrou um argumento qualquer num ringue de gelo, contratou-se um action hero e convenceu-se duas equipas profissionais a bancarem qualquer coisinha, em troca de publicidade fácil. Mexeus-e tudo muito bem, adicionou-se um poucochinho de sal e voilá, eis Morte Súbita.

Morte Súbita é, portanto, o filme desportivo de Jean-Claude Van Damme. É dia da finalíssima da Stanley Cup, evento máximo do hóquei no gelo norte-americano, e a arena está cheia para o confronto decisivo. Até o vice-presidente lá está. Ou seja, esta montado o cenário perfeito para que uns terroristas com um plano qualquer façam uns reféns e ameacem explodir com o recinto, em troca de uns milhões nas suas contas.O que não estavam a contar é que estivesse presente Van Damme, um ex-bombeiro e actual inspector de incêndios, com um trauma pessoal desde que falhou um salvamento, mas que isso não vai influenciar em nada o resto do filme, exceptuando a cena de abertura.

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Van Damme é então o tipo certo no local errado e à hora errada, o que faz com Morte Súbita seja muitas vezes apelidado de Assalto ao Arranha-Céus no gelo. No entanto, existem mil e uma variações deste modelo e todos devem ser bem mais interessantes. Morte Súbita tem poucos motivos de interesse, uma edição desastrada e nem sequer dá possibilidade a Van Damme de aplicar o seu rotativo de marca. E acho que isso diz tudo.

Além disso, Van Damme tem aqui ainda o momento mais constrangedor da sua carreira, ao lutar numa cozinha contra uma tipa vestida da mascote dos Penguins(!). Nesta cena vale de tudo, inclusive despejar tabasco pela boca do fato de espuma, fazendo a tipa engasgar-se lá dentro(!!). Como se isto não bastasse, Van Damme ainda tem que repetir a cena, voltando à cozinha para lutar com outro bacano, noutra coreografia ridícula em que tudo vale de arma, inclusive uma fritadeira que continua a fritar batatas mesmo estando a cozinha deserta há várias horas(!!!)  e um osso de frango, que Van Damme espeta na jugular do bandido(!!!!).

Morte Súbita ainda dá a Van Damme o seu momento Jogada de Mestre(!). E o que é o Jogada de Mestre, perguntam vocês? É aquele filme em que um macaquinho se torna jogador de hóquei. Exacto, Van Damme tem uma parte em que, por qualquer motivo que não lembra o menino Jesus, se equipa e entra em campo para defender um ataque perigoso da equipa adversária, saindo logo de seguida. O curioso é que adeptos, colegas, adversários e árbitros não o reconhecem por debaixo da máscara, mas os bandidos da plateia vêem que é ele que ali está(!).

O filme arrasta-se por hora e meia neste sofrimento, intercalando umas imagens pouco credíveis do jogo de hóquei (que termina empatado, claro, mas que faz claramente mais publicidade aos Pittsburgh Penguins, dando demasiado tempo de antena à sua estrela, Luc Robitaille), desaproveitando por completo um vilão com um à-vontade sanguinário pouco habitual nestes action flicks para toda a família. Estão a ver aqueles filmes tão maus que se tornam bons? Este é só mesmo mau. E mesmo a Hamburga de Choco já é um favor.hamburga-de-choco

Título: Sudden Death
Realizador: Peter Hyams
Ano: 1995

 

 

 

3 thoughts on “| CRÍTICAS | Morte Súbita

  1. Esse crítico ai, mas parece aqueles críticos dos anos 80, que criticaram os convidados do TV mulher da Marilia Gabriela, o filme era pra intreter a massa de 1995, não é a Lista de Schindler pra fazer esses sarcasmo

  2. Van damme nesse filme está no auge, Morte súbita tem vários momentos hilários, Van damme dando uma de Macgyver ao fazer uma arma caseira com gás comprimido e um mini lança chamas e uma bomba caseira, sem contar a rapidez que ele coloca e tira o uniforme de hóquei que deve dar um trabalhão pra colocar, o filme é muito parecido com duro de matar mas Van damme deixa a desejar nesse tipo de filme , mas é um bom filme pra assistir quando não se tem o que fazer.

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