
Sigrid (Katrine Lovise Øpstad Fredriksen) conhece um tipo maravilhoso no Tinder e, apesar da coisa não ser propriamente perfeita de início, rola química suficiente para ela acabar na casa dele nessa noite. Só que , na manhã seguinte, vem a surpresa: Frank, o cão de Christian (Gard Løkke), não é mais do que um tipo num fato de pelúcia gigante a comportar-se como um canídeo.
Não, Lindo Menino não é uma comédia, apesar da situação se dar à irrisão. Para isso existe Wilfred. Lindo Menino é para se levar totalmente a sério e, por isso, rapidamente entra em terrenos perturbadores, que vai brincar com alguns códigos do thriller psicológico.

Lindo Menino insere-se numa certa tendência de filmes nórdicos sobre um certo mal-estar existencial, que no passado recente teve o seu píncaro em Sick of Myself. Lindo Menino segue a mesma escola e uma abordagem (ainda mais) gélida e minimalista que, no entanto, o realizador Viljar Bøetem alguma dificuldade em controlar para que não se torne totalmente estéril.
Contudo, o filme é suficientemente curto e compacto para não se dispersar para além do estritamente necessário. É quase mais um exercício formal do que um thriller psicológico perturbado, como tem sido amiúde rotulado. Vê-se facilmente e sem fastio, com um McChicken de acompanhamento, mas obviamente sem deslumbra por aí além.

Título: Good Boy
Realizador: Viljar Bøe
Ano: 2022
