Em Eu, Tu e Todos Os Que Conhecemos, Miranda July tornou-se no novo ai Jesus do cinema indie, com os seus inadaptados desengonçados, apontamentos circunstanciais e disfuncionalidades amorosas. Em O Futuro, mantém estes elementos, mas adiciona um que esta gente também adora – gatos(!). Basta ver como a internet está inundada deles.
É então um gato, com uma voz creepy, o narrador de O Futuro. Mas os protagonistas do filme são o casal de freaks que o adoptam – a própria Miranda July e Hamish Linklater. Ao fazerem-no acabam por avaliar as suas próprias vidas: ambos já nos trintas, com empregos de merda e o relógio biológico cada vez a dar mais de si. Por isso, decidem recomeçar a vida num prazo de trinta dias.
Esse mês é então suficiente para uma autêntica revolução, nem sempre credível ou segura de si, mas interessante qb. Mais estranho é o acto final, com luas falantes e uma espécie de realidade temporal alternativa, que parecem elementos saídos de outro filme. Mas afinal de contas, O Futuro é uma história sobre a passagem do tempo…
Miranda July pode parecer um espantalho amoroso, mas os seus filmes continuam sem saber a mais do que um Cheeseburger bem passado, mas com mau aspecto. Pouco, muito pouco, para fenómeno indie.
Título: The Future
Realizador: Miranda July
Ano: 2011