| LISTAS | Os 5 piores filmes de 2017

Depois de todas as listas ilustres que publicámos nos últimos dias e antes da lista final dos melhores filmes de 2017 para o Royale With Cheese, chega aquele momento que é aguardado por toda a gente com grande ansiedade e excitação. Falo, obviamente, da lista dos piore filmes do ano. E, agora que a terminei, cheguei a uma estranha conclusão: não foi um ano assim tão mau quanto isso. Quer dizer, houve muito filme esquecível, mas não necessariamente mau. Sem mais demoras, eis os piores 5 filmes de 2017.

5º Lugar
Elis, de Hugo Prata


Uma cantora genial, uma actriz a dar tudo, uma banda-sonora impecável e um filme… muito fraquinho. Elis não é o biopic que Elis Regina merecia. O argumento parece que é a biografia da cantora que alguém imprimiu da wikipedia. Depois, alguém adaptou isso a episódios, filmados por ordem cronológica, e enviaram para as salas de cinema. Uma desilusão!
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4º Lugar
Assalto ao Shopping, de Alan Desrochers


Antonio Banderas lembrou-se que também podia vender a imagem de herói velho e amargurado, de quem passou por muito e com quem a vida quis muito pouco. Deixou crescer a barba, pôs uma cara de cu inexpressiva e enfiou-se num centro comercial, sitiado pelos capangas do Ben Kingsley. O pior é que, em vez de uma verão do Assalto à 13ª Esquadra, temos um remake do… Sozinho em Casa. Como diria o Trump… sad.
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3º Lugar
A Múmia, de Alex Kurtzman


Como aparentemente ainda não existem flagelos suficientes no mundo, a Universal decidiu refazer o seu universo dos monstros clássicos. O primeiro volume dessa nova aventura é o (enésimo) filme da múmia, em que, desta vez, a novidade é… Tom Cruise. E se a fasquia vai ser esta, cheira-me que os próximos filmes vão ser presença constante nesta lista de fim de ano. O que chateia ainda mais é que este A Múmia até começa bem, com um Tom Cruise despachado a caçar tesouros arqueológicos no Iraque para vender no mercado negro enquanto escapa do Daesh. O problema é que a partir daqui é sempre a descer, a pique e a velocidade vertiginosa. E lá para o meio ainda enfiam o Russell Crowe a martelo, apenas para justificar o filme do Jekyll e Hyde.
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2º Lugar
A Grande Muralha, de Yimou Zhang


Hollywood continua a tentar penetrar no muito apetecível mercado chinês e, com A Grande Muralha, tentou uma táctica diferente: enviou-lhes directamente uma das suas maiores estrelas, Matt Damon, para estrelar na produção mais cara de sempre do cinema da China. O filme conta a história da Grande Muralha, uma das sete maravilhas do Mundo (e não, não se consegue ver do espaço, isso é só mito urbano), e como essa foi erguida para proteger o país de dinossauros mutantes(!). No entanto, foi preciso virem dois ocidentais para os ajudar a ganhar a guerra, claro. Tanta irrisão só poderia dar um filme parvo, mas giro, não é? Errado! A Grande Muralha é tudo aquilo que Hollywood tem de mau: muita masturbação digital, a opulência habitual de Yimou Zhang transforma-se em CGI de jogo de computador e a única coisa que me lembro é que há umas guerreiras que fazem rappel(!) com uma lança na mão(!!) para espetar os monstros lá em baixo.
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1º Lugar 
The Bad Batch – Terra sem Lei, de Ana Lily Amirpour


Era uma vez uma menina iraniana, que fez um filme de vampiros a preto e branco ambientado no Irão contemporâneo, mas que no fundo era apenas um teen movie sobre as dores de crescimento da juventude. E era incrível! Depois vieram as notícias que estava a fazer um filme com canibais no deserto e que, além do Keanu Reeves, tinha o regressado Jim Carrey, entretanto transformado em eremita. Estávamos então nós a salivar quando chegou The Bad Batch – Terra sem Lei . E não estávamos preparados para isso. Uma salgalhada entre canibais, misticismos, emigrantes ilegais, exploitation, western spaghetti, os Ace of Base e mais uma série de coisas que não ligam umas com as outras. No final, saímos todos do cinema a chorar baba e ranho.
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Menção Honrosa
Paris Pode Esperar, de Eleanor Copolla


Imaginem que a vossa tia decidia fazer um filme. Como tinha para lá em casa umas poupanças que amealhou de uma herança de um parente qualquer que faleceu, juntou os meios necessários e filmou uma historieta de domingo à tarde, influenciada pela literatura de supermercado que consome. Numa situação normal, o filme estaria condenado à irrelevância. Agora imaginem que a vossa tia tinha o apelido de Copolla. Nesse caso, o filme continuaria condenado à irrelevância, mas surgiria numa lista como esta, num espaço cinematográfico pretensioso como este.
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