O ano passado não fizemos lista dos piores do ano, porque nos tornámos em pessoas sérias, que respeitam o trabalho dos outros. Mas depois do shitshow que foi este ano, as salas de cinema fecharam, as grandes estreias congelaram e os principais estúdios e distribuidoras aproveitaram para meterem cá fora o lixo todo que tinham acumulado a apanhar pó num armazém qualquer. Por isso, aqui vai a lista dos piores do ano, se bem que no topo está a merda do novo coronavírus, claro.
5º Lugar
Jojo Rabbit, de Taika Waititi
Numa altura em que Auschwitz é uma hot trend (what the fuck 2020?), Taika Waititi aproveita o street cred que acumulou com Thor – Rognarok para fazer uma história de amor entre um menino nazi (e o seu amigo imaginário, Adolf Hitler(!)) e uma judia, que normaliza o nazismo para mostrar que, no amor, não interessa a religião, a raça, a nacionalidade ou se gaseias pessoas até à morte ou não.
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4º Lugar
O Farol, de Robert Eggers
Depois de A Bruxa, Robert Eggers tornou-se imediatamente no nosso novo realizador favorito e o seu próximo filme a coisa mais ansiada de… sempre? Mas já se sabe que, quanto maior é a expectativa, maior a desilusão. O Farol tem tudo para ser incrível – o cinema artesanal de Eggers, Willem Dafoe, conversa de marinheiros e muito sobrenatural -, mas custa a fazer sentido e, por vezes, as personagens parece que nem estão a reagir à história.
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3º Lugar
O Homem Invisível, de Neil Whannell
Louve-se a coragem da Universal em continuar a querer ressuscitar os seus monstros clássicos e a acreditar que podia fazer daí um universo cinemático. Mas fazer um filme chamado Homem Invisível, que é sobre uma mulher bem visível é, no mínimo, publicidade enganosa. Se por um lado era boa ideia transformar isto num filme sobre violência doméstica, por outro acaba por não ter sentido nenhum por se esforçar em ir na direcção errada.
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2º Lugar
Os Novos Mutantes, de Josh Boone
Temos que ser honestos e reconhecer que nem tudo foi mau com a pandemia. Por exemplo, com isto tudo não houve estreias da Marvel este ano. A excepção foi Os Novos Mutantes, que deveria ser um teen movie com mutantes a enfrentarem fantasmas. No entanto, em vez de um O Clube levámos com um American Pie (mas as sequelas, não o primeiro) e, em vez de fantasmas, levámos com a versão genérica do slender man.
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1º Lugar
Capone, de Josh Trank
Como é que Tom Hardy se tornou num dos actores mais requisitados do momentos? É algo que me escapa à compreensão. Tal como também não entendo como é que este filme foi feito. A história dos últimos anos de vida de Al Capone tinha tudo para ser um filme sobre fantasmas e traumas do passado, mas é apenas uma grotesca e confrangedora galeria de tristes figuras de Hardy, a cambalear de fraldas, a grunhir, a fazer xixi nas calças e cocó na cama. Ninguém quer ver isto, muito menos de forma gratuita.
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