| LISTAS | Os 10 Melhores Filmes de 2019

Tendo em conta que as salas de cinema são, semana após semana, ocupadas apenas por filmes da Disney, remakes, reboots e filmes com animais que falam, 2019 acabou por ser um óptimo ano cinematográfico. Ou então fui eu que vi mais filmes este ano, não tenho bem a certeza. Mas é que olho para as estreias do ano passado, em que apenas consegui escolher 9 para fazer parte da lista dos melhores do ano, e olho para as deste ano, onde tive que deixar alguns títulos de fora, e as diferenças são abissais. Por isso, vamos lá aos 10 melhores filmes de 2019.

10º Lugar
Brightburn – O Filho do Mal, de David Yarovesky

Numa altura em que a Marvel tudo controla e a DC Comics tenta desesperadamente fazer-lhes alguma concorrência, eis que surge na forja um novo universo cinematográfico de super-heróis (ou serão super-vilões?), apadrinhado por James Gunn. A recepção fria por parte do público fazem do futuro de Brightburn – O Filho do Mal uma incógnita, mas se depender de nós, podem vir mais sequelas.
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9º Lugar
Em Chamas, de Chang-Dong Lee

Em Chamas pôs-me com vontade de ler Haruki Murakami e isso diz muita coisa. Espécie de mistery movie falso, cheio de declinações fantasmáticas e uma sequência incrível durante a magic hour (rói-te de inveja, Malick!), Em Chamas é um dos (vários) filmes sul-coreanos que marcaram o ano cinematográfico (esperem, ainda vai haver outro nesta lista).
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8º Lugar
Era Uma Vez… em Hollywood, de Quentin Tarantino

Já houve uma altura em que, qualquer que fosse o filme estreado, Quentin Tarantino saltava imediatamente para o topo desta lista. As coisas já não são bem assim, mas não o digo por desprimor. Era Uma Vez… em Hollywood é o filme mais… cinéfilo de Tarantino e, por vezes, até fica a sensação de que quem não entender as mil e uma referências obscuras e o name dropping não vai divertir-se da mesma forma. E depois de Sacanas Sem Lei, esta é mais uma rodada de justiça poética cinematográfica de Tarantino.
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7º Lugar (ex-aequo)
Diamantino, de Gabriel Abrantes & Daniel Schmidt
Mutant Blast, de Fernando Alle

2019 ficará para sempre como um ano determinante para o cinema xunga português. Mutant Blast estreou em sala com o selo Troma e Diamantino deu nova vida a um Cristiano Ronaldo wannabe. Dois filmes desvairados, que exploram alguns sub-géneros marginais do cinema, para provar aos cépticos que existe cinema que vale a pena em Portugal.
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6º Lugar
Joker, de Todd Phillips

Surgiu de um dos sítios mais inesperados de todos uma das sensações de 2019 – da DC Comics veio um filme sobre um vilão que deu cartas, tanto junto da crítica como do público. O Joker de Joaquin Phoenix não podia ser mais diferente do de Heath Ledger ou Jack Nicholson: é antes um sociopata baseado nos filmes de Martin Scorsese (olá Taxi Driver), que, através da figura do anti-herói, tem um par de coisas pertinentes a dizer sobre a nossa sociedade. No entanto, desconfio que é um filme que vai envelhecer mal.
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5º Lugar
Parasitas, de Bong Joon Ho

O que começa por ser uma variação (em pior) de um dos filmes do ano passado, Shoplifters – Uma Família de Pequenos Ladrões, dá uma guinada e, talvez inspirado nas caves do cinema de Ulrich Siedl, transforma-se numa inquietante meditação sobre a luta de classes. Bong Joon Ho brinca com os estilos cinematográficos para fazer de Parasitas uma centrifugadora de bom cinema e respectivas metáforas contemporâneas.
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4º Lugar
Pássatos de Verão, de Cristina Gallego e Ciro Guerra

Eis O Padrinho ameríndio: um épico familiar ao longo de 20 anos sobre uma família uaiú, da sua ocupação do tráfico de erva da Colômbia para os Estados Unidos e de todas as questões relacionadas com ética, honra, religião e família. E tudo isso dispensando o olhar eurocêntrico e ocidentalizado de quem vem do outro lado do mundo.
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3º Lugar
Midsommar – O Ritual, de Ari Aster

Depois de ter entrado com estrondo em Hollywood, Ari Aster passa com distinção no difícil teste do segundo filme. Midsommar – O Ritual, apesar de algumas falhas, destrona O Sacrifício do topo do pódio dos melhores filmes sobre paganismo, com formalismo e muitas referências fucked up.
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2º Lugar
A Favorita, de Yorgos Lanthimos

Yorgos Lanthimos entrou rapidamente para o leque de realizadores mais interessantes da actualidade aqui do tasco com Canino, com um cinema tão estimulante quanto é formalista. Apesar de ser um filme de época, A Favorita mantém aquele absurdo perturbador do corpo de obra anterior do grego, que é mais Kubrick do que nunca (e tem Barry Lyndon escrito em todo o lado). E ainda atira uma sequência de dança tão anacrónica que não podia fazer mais sentido.
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1º Lugar
High Life, de Claire Denis

2019 foi um óptimo (e inesperado) ano para Robert Pattison que, de uma assentada, conseguiu tornar-se no futuro novo Batman e arrecadar o muito almejado título de melhor filme do ano para o Royale With Cheese. High Life é um filme no espaço meio tétrico, que por isso remete obrigatoriamente para Tarkovski, com muita sexualidade latente, a Juliette Binoche a masturbar-se numa juke box e uma banda-sonora impecável dos Tindersticks. Não há nada para não gostar neste filme de Claire Denis.
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